terça-feira, 4 de março de 2008

UP THE IRONS!

"Can I play with madness?"

É hoje o dia de ir a Pedreira Paulo Leminsky assitir a mais um show do Iron Maiden!

Cheguei a conclusão de que em minha época de criança e adolescência o que existia no Brasil (em termos de televisão e rádio... a famosa cultura de massa) era axé e pagode, não existia samba e música brasileira (a não ser que a minha mãe colocasse um cd pra tocar, claro, ouvi muito Gonzaguinha, Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis e outros com a minha mãe). Então a saída era o heavy metal, era a forma de expressar a revolta contra o É O Tchan da vida; até porque o metal é um som muito mais simples, de fácil assimilação e que faz com que as pessoas se sintam fortes.
Afinal se não fosse o Steve Harris eu provavelmente não teria começado a tocar baixo aos 12/13 anos de idade, não faria faculdade de música e não seria quem sou hoje.
Imagina se eu tivesse crescido dançando axé???? Não, não... melhor não, prefiro meu bom e velho heavy metal.

Tá bom, essa é apenas uma desculpinha esfarradapa para o meu gosto pelo heavy metal. Mas uma coisa eu digo com certeza: a grande maioria das pessoas da minha idade (ou um pouco mais velhas até, melhor dizendo) têm um pézinho no metal, nem que seja só o dedão, mas têm!
E o que a gente fazia? Dançava róque, fumava droga e bebia tubão! \m/

Então, vamos desenterrar os coturnos, encontrar os bons amigos das antigas pra fazer um esquenta tomando um tubão e depois assistir a um nostálgico showzão! Até rima!

E um recado para um amigão distante: Dedé, vc faz falta PORRA!!!

Fuui!

Uma das poucas fotos daquele tempo (lá pelo anos 2000 provavelmente), roubada da Milena, aí vai:


Quem se lembra de Ponta Grossa?
(Como disse o Pizza, ops, Rafa (hehehe), nosso passado nos condena mesmo!)



Da esq. pra dir.: Pizza, Glauber, Eu, Flávio, Milena, Fi, Dedé, Franco, Ovelha, Bia e Maria Aline. Ao fundo: Alécio, Xis e mais um desconhecido.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O início... sem pé nem cabeça

É estranho um dia acordar e se dar conta do gigante mundo que existe ao nosso redor. Além de sua casa, sua família, amigos e colegas de profissão, existem as outras casas, famílias, cidades, países inteiros recheados de outras culturas e conceitos que diferem muito dos nossos.

Um dia percebi que nem tudo que é de suprema importância para mim, também o é para outra pessoa; bem pelo o contrário, talvez o seja até totalmente dispensável para sua vida. Em uma única cidade, existem finitas (pra não dizer infinitas por se tratar de uma única cidade em questão) formas de enxergar esse mundo em que vivemos. Existem aqueles que trabalham para sobreviver, que a realidade de suas vidas é apenas a rotina do dia a dia no pequeno espaço onde moram; e ao mesmo tempo existem aqueles que esbanjam não só dinheiro, mas também tempo e ociosidade, que trabalham para se divertir e fazem da vida uma festa. Existem tantos outros tipos, muitos além de classificação, muitos que não saberia como descrever aqui e outros ainda que eu esqueceria de nomear. A diversidade é tanta, que é impossível conhecer tudo. Mas um "grupo" – chamo de grupo pessoas com o mesmo “tipo de vida” ou de mesmo “tipo de pensamento sobre a vida” – que não posso deixar de citar, por fazer parte do que me interessa e do que me fez criar este blog, que são aqueles que vivem para conhecer o desconhecido, que levam sua vida rumo à transcedentalização universal, que buscam os significados, as respostas, a visão além dos olhos, o mundo além de sua vida.

E aqui é necessária uma pausa para citar um grande amigo meu que me fez entender que nem tudo o que importa é o que interessa. Eu ia explicar agora o sentido que eu dou a essa frase, mas acho que cada um deve entendê-la e aplica-la por si só.

Então, voltemos...

... para as diferentes formas de pensamento, cito o meu caso simples, por ser o único que conheço fielmente, e que posso citar sem medo de ser feliz, como exemplo: sou estudante de música, e sempre enxerguei esta como um objetivo de vida e como até um sentido para a minha vida. Porém eu percebi que não é todo mundo que se importa se a música que está tocando nas rádios hoje em dia é lixo ou não; não é todo mundo que muitas vezes dá mais atenção para o futuro da música no mundo do que para o futuro do mundo como um todo (um pouco extrema e nem um pouco verdadeira essa comparação, mas serve para o entendimento do extremo que quis fazer).

Tenho amigos engenheiros, médicos, dentistas, biólogos, publicitários, psicólogos, advogados... isso só para citar alguns. E o mundo que eles vivem e enxergam diferem do meu de uma forma absurda por mais próximos que sejamos e que convivamos juntos no nosso dia a dia. E essa diferença é tão grande que eu às vezes me sinto perdida. Até mesmo entre meus amigos músicos a diferença já é grande: o instrumento que o cara toca, o som que o cara faz, de onde ele vem, o que ele ouve, o que ele estuda... tudo influencia para que hajam mundos diferentes numa mesma realidade.

E foi aí que eu parei! Esse mundo é um absurdo de diversidades. E eu queria poder viver minha vida em função de conhecer essas diversidades...

Semana passada, conheci uma pessoa que costuma dizer que “o mundo é uma kitineti”. Que hoje em dia está tudo tão acessível, graças às tecnologias cybernéticas a que temos acesso, que só não o conhece quem não quer. Porém a tecnologia – a internet e a comunicação global, principalmente – não é o suficiente. Entretanto, é, sem dúvida, uma grande ponte para o início do conhecimento. Mas ainda assim, eu, hoje, prefiro a ação – ir e fazer, experimentar e se arrepender, viver e não deixar morrer aquilo que nos mantém vivo – à passividade. Acho que o verdadeiro conhecimento se encontra aí... seja ele qual for.

Eu com minha perninha de grilo – com toda a intenção do duplo sentido que essa frase pode ter – já cheguei em lugares e vi coisas que muita gente nem sonha que existe. Às vezes até esqueço a idade que tenho em função das coisas que se tornam primordiais no meu dia a dia, do estudo e do pensamento, mas volta e meia dou um escorregão e me lembro que a minha vida ainda está apenas começando... ou não.

Não vou fazer discursos a la Green Peace, sobre preservação da natureza e meio ambiente, porque só quem sabe aproveitar o que ela tem a oferecer é que entende o quanto ela é importante. Em termos de transcedentalização, penso que o que mais atua de forma efetiva nessa busca por esse conhecimento é o contato com o natural, com o que vem da terra. Não sei como existem pessoas que sobrevivem sem isso.

E agora encerro aqui por não saber por onde continuar. Espero qualquer hora encontrar a continuação para esse pensamento...

Para encerramento e reflexão, cito um dos meus escritores favoritos, Aldous Huxley em seu livro "As Portas da Percepção" diz:

"Vivemos, agimos e reagimos uns com os outros; mas sempre, e sob quaisquer circunstâncias, existimos a sós. Os mártires penetram na arena de mãos dadas; mas são crucificados sozinhos. Abraçados, os amantes buscam desesperadamente fundir seus êxtases isolados em uma única autotranscedência; debalde. Por sua própria natureza, cada espírito, em sua prisão corpórea, está condenado a sofrer e gozar em solidão. Sensações, sentimentos, concepções, fantasia - tudo isso são coisas privadas e, a não ser por meio de símbolos, e indiretamente, não podem ser transmitidas. Podemos acumular informações sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à nação, cada grupo humano é uma sociedade de universos insulares."

E é isso... pode ser que tenha ficado tudo meio sem pé nem cabeça, ou talvez até com os pés na cabeça, mas é isso. Qualquer hora pretendo concluir e tentar explicar, ou melhor, tentar entender isso tudo que tá aí...

E esse foi só pra começar...

Para ouvir e refletir: O Mundo – Zeca Baleiro, Paulinho Moska, Lenine e Chico César.